Dentre os 88 atletas estreantes nos Jogos Paralímpicos de Paris, está o goiano Raysson Ferreira. Desde antes de conhecer o Vôlei Sentado, o esporte já era uma etapa fundamental da sua rotina, como ele conta nessa entrevista para a nossa equipe.
Mesmo após a amputação de parte da perna esquerda, ele se manteve praticando atividade física, principalmente aliada aos estudos. E isso chamou a atenção de algumas notórias pessoas ao seu redor.
Como foi o seu início no Vôlei Sentado e o que te motivou a seguir carreira nesse esporte?
Foi através da minha professora de Educação Física, que me indicou. Na época, eu estava no Ensino Médio e praticava o esporte para andantes. Estava praticando sempre, para não perder nota. Minha professora notava que eu estava sempre pulando na hora da prática, pois não tinha próteses e Isso causava ainda uma sobrecarga no meu joelho. Mas ela via que eu tinha muita força de vontade para fazer todas as atividades e me indicou pro Vôlei Sentado. Fui gostando muito e me adaptando. E foi assim que minha história começou, em 2018. Desde então, venho treinando muito, participei de competições nacionais, consegui chegar à Seleção de Base, e em 2023 ingressei na Seleção Adulta. Na época, fomos participar do Campeonato Pan-Americano em Edmonton, no Canadá, onde fomos campeões e garantimos a vaga para os Jogos de Paris.
Qual a meta da Seleção para os Jogos Paralímpicos?
Queremos fazer os melhores jogos possíveis, com o objetivo de ganhar a medalha de ouro. Esta é a meta. Queremos trazer a primeira medalha do Vôlei Paralímpico Masculino para o Brasil.
Há algum adversário que vocês consideram um grande desafio na competição?
Aquele que é maior desafio, não só para o Brasil, como para todas as equipes, que é o Irã, atual bicampeão. E estão vindo muito fortes para Paris. Mas nós vamos analisar o esquema de jogo deles e vamos entrar pra ganhar, seja qual for o adversário. Queremos chegar na final e vencer!
O que significa para você competir em Paris, uma cidade histórica para o esporte mundial?
Competir em Paris é uma oportunidade incrível que surgiu na minha vida. É a Paralimpíada na Cidade Luz, na cidade do amor e tudo que envolve Paris. E ainda mais por ser a minha primeira Paralimpíada, o que já é especial por si só. Paris tem um turismo muito grande, uma das mais atrativas a nível mundial. É muito satisfatório estar aqui e representando meu pais, representando o esporte paralímpico. Vou focar o máximo pros Jogos, não vejo a hora de entrar na arena e dar o meu máximo em quadra, pra tudo dar certo. E se possível, depois, e com autorização, quero conhecer os pontos turísticos da cidade.
Tem alguma mensagem que você gostaria de passar para a torcida brasileira?
Acreditem em nós! Estamos contando com a torcida de vocês! Alguns tinham outros sonhos lá atrás, mas ocorreu da pessoa adquirir uma deficiência, ou mesmo aqueles que já nasceram com deficiência, e não sabiam da existência de o esporte paralímpico, começaram a praticar e viram que era algo que podia atingir um nível maior em termos de competição. Não apenas uma pratica esportiva para reabilitação ou inclusão social. Faremos o nosso papel da melhor forma possível e queremos muito ter o apoio da torcida. Cada torcedor é como se fosse um parente nosso nos apoiando. As palavras de incentivo, de apoio, de torcida ajudam imensamente nesse momento. Estamos longe dos nossos familiares e a torcida brasileira nos fazer sentir bem e ainda mais focados na nossa missão.
Entenda o caminho do Brasil para chegar à final
A Seleção Masculina está no Grupo B do Vôlei Sentado, ao lado de Alemanha, Ucrânia e Irã.
A estreia será nesta sexta (30) às 15h00 diante da Alemanha. No domingo (01) às 07h00, o adversário é o Irã e na terça (03) o Brasil fecha a participação na fase de grupos contra a Ucrânia às 13:00. As semifinais serão no quinta (05), a decisão do bronze a final no dia seguinte.
Para garantir a vaga nas semis, o Brasil precisa terminar em primeiro ou segundo lugar no grupo.
Como será a transmissão ao Brasil
As competições da Paralimpíada de Paris serão transmitidas pelo canal do Comitê Paralímpico Internacional no YouTube e pelo canal fechado SporTV 2.
Quais as principais regras do Vôlei Sentado
Cada equipe é composta por 6 jogadores e a partida é disputada em sets de 25 pontos, como ocorre no Vôlei de andantes. A principal diferença é que se pode bloquear o saque. Exceto nos deslocamentos, o corpo deve estar em contato com o solo por todo o tempo.
